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A automedicação, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), consiste no uso de medicamentos ou chás por pacientes para tratar suas próprias doenças, muitas vezes sem a prescrição de um médico. Embora o indivíduo tenha a intenção de se cuidar com a automedicação, ela pode ser bastante prejudicial, principalmente no que se refere à interação entre os remédios. Um medicamento, por exemplo, pode diminuir ou aumentar o efeito de outro. Além disso, muitas pessoas se automedicam sem conhecimento prévio dos possíveis efeitos colaterais e, ainda, correm o risco de aplacar sintomas temporariamente, mascarando uma doença mais grave e adiando, portanto, seu diagnóstico e tratamento correto. É importante frisar que a automedicação apresenta riscos ainda maiores para alguns grupos em particular, como entre idosos e pacientes oncológicos. O uso de calmantes por pessoas da terceira idade tem como consequência o aumento dos riscos de quedas e piora da memória, bem como a dependência. Já em pacientes com câncer, o remédio pode até mesmo reduzir o efeito da quimioterapia, atrapalhando o tratamento. Uma prática muito comum é o uso de analgésicos (medicamentos para dor) por pacientes portadores de dor crônica. Uma atitude bastante comum é utilizar analgésicos para alívio de dores de cabeça. Existe um tipo de dor de cabeça por uso excessivo de remédios, ou seja, o paciente toma o medicamento para obter melhora, mas o remédio piora a sua própria dor. Vale ressaltar que, em muitos casos, o paciente não relata o uso do remédio para o seu médico, o que pode dificultar o sucesso do tratamento. A automedicação, portanto, pode ser uma prática arriscada a sua saúde. Abaixo, deixo algumas dicas importantes no combate à automedicação: – Sempre que passar em consulta médica, questione seu médico sobre o que você poderia tomar em caso de dor, náuseas e vômitos;
– Questione sempre seu médico sobre quais os sinais de alerta para os seus sintomas mais comuns, que devem te fazer procurar um pronto-socorro ou uma ajuda médica precoce;
– Se você é portador de alguma doença que causa dor crônica, acompanhe com um especialista e siga as orientações prescritas, evitando tomar remédios sem prescrições;
– Algumas medicações como anti-inflamatórios e corticoides têm muitos efeitos colaterais e devem ser evitados sem prescrição médica;
– Os antibióticos, se usados indiscriminadamente, selecionam a flora bacteriana da pessoa, podendo chegar um momento em que a sua utilização terá de ser indicada também no caso de doenças simples;
– Evite medicações que contêm mais de um princípio ativo, pois há maior chance de efeitos colaterais e interação entre os remédios. Por fim, a melhor forma de cuidar da saúde é com uma boa alimentação, praticando atividade física e evitando agentes causadores de estresse. Assim, com certeza, a sua necessidade de utilizar remédios irá diminuir. Dra. Daniela Lima é geriatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo