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Cuidados que envolveram assistência ao campeão dos jogos mundiais dos transplantados

20 de junho

Como o paciente, a medicina e equipe multiprofissional foram fundamentais para o sucesso do tratamento da Leucemia Mieloide Aguda

Como falar de um diagnóstico de câncer? Sabemos que não é uma questão fácil, pois envolve as condições clínicas e psicológicas do paciente e familiares e o quanto cada pessoa é capaz de absorver informações que fazem parte desse diagnóstico. Segundo pesquisa da ASCO (The American Society of Clinical Oncology), entre 700 profissionais da saúde, apenas 7% se encontram preparados com treinamento para transmitirem um diagnóstico médico e há estudos nacionais que comprovam que 30% dos pacientes oncológicos não conhecem seu diagnóstico. Estas informações foram exploradas pela oncohematologista, Dra. Camila Simões, durante Painel do IBCC no Ganepão, nesta sexta-feira, (15), que abordou “O Atleta, o Transplante de Medula e A Nutrição”.

Ainda segundo a médica, a Leucemia Mieloide Aguda é uma doença rara, mas com incidência aumentada nos últimos anos. 80 a 90% dos pacientes são adultos, com idade média de 66 anos. Estudos do CIBMTR (Center for International Blood & Marrow Transplant Research), no quesito sobrevida, aponta que 50% morrem no início do tratamento. Neste Painel, que envolveu a participação da medicina, da equipe multiprofissional, enfermagem, nutrição, odontologia, nutrologia, fisioterapia e práticas integrativas complementares para uma assistência completa e integral, ficou evidenciado como faz parte de um tratamento de sucesso o empoderamento do paciente durante sua assistência.

Rodrigo Cristiano Machado, campeão dos jogos mundiais dos transplantados de natação em 2017

Rodrigo Cristiano Machado, campeão dos jogos mundiais dos transplantados de natação em 2017, passou, em média, 200 noites, desde a descoberta da Leucemia Mieloide Aguda até sua completa alta hospitalar, no IBCC. Ele, que permanece em tratamento há mais de 5 anos sempre teve afinidade com práticas de atividades físicas e se preocupou com alimentação. “A alimentação é de extrema importância e a atividade física não é nenhum segredo. Sempre procurei caminhar pelos corredores do hospital quando internado. Fazia fisioterapia com bicicleta ergométrica no meu quarto e utilizava jogos de movimentos, queria preservar minha massa magra porque sabia que ia perder durante transplante”.

IBCC apresenta Painel sobre Experiência do Paciente no Transplante de Medula em Congresso

O Painel abordou a atuação da assistência odontológica pela Dra Sandra Rezende, que explorou a forma de tratar a mucosite oral, que envolve a hidratação da boca, bochechos com nistatina, uso de manteiga de cacau, os efeitos anti-inflamatórios do laser e outros aspectos técnicos.  Deise de Andrade, nutricionista, apresentou a importância das dietas serem elaboradas e replanejadas segundo aceitação do paciente em cada fase do pré e pós transplante, incluindo a fase de pega da medula. Quando indicar a nutrição parenteral? Este foi tema apresentado pela Dra Mariana Holanda, nutróloga, que explicou que a nutrição parenteral deve ser utilizada quando a oral e/ou enteral não forem adequadas, possíveis ou suficientes para atender às necessidades nutricionais do paciente.

Na visão da enfermagem, a coordenadora assistencial da Unidade de Transplante, Suzana Mosquim, enfatizou como deve ser feita a gestão integrada dos profissionais considerando a experiência do paciente. “Como ele será tratado e retornará à sua vida normal? Precisamos pensar na saúde da população, no bem estar profissional, além de toda a educação do paciente e da família”, enfatizou. A fisioterapeuta Camila Peral, destacou que em patologias como o câncer, a fadiga é considerada um dos principais sintomas. O desafio é minimizar a recusa das atividades, melhorar a qualidade de vida e quebrar o ciclo de restrição de atividades que podem gerar complicações respiratórias e motoras.

As práticas complementares e integrativas, como por exemplo, o Reiki, foi uma das terapias aplicadas no paciente Rodrigo Machado. A coordenadora da Equipe Multiprofissional, Thabata Fonseca, explorou o tema que tem relação com o bem estar, redução da ansiedade e bloqueios emocionais e deixou claro que as práticas complementares não substituem a medicina tradicional no tratamento do câncer.

 

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