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IBCC Oncologia comenta consequências e necessidade de mobilização de classes
Bussulfano é o nome dado a uma droga de extrema importância, destinado como tratamento condicionante no controle e cura de doenças para as quais o transplante de medula óssea (TMO) ou de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) se faz necessário. Trata-se de um medicamento essencial para o procedimento dar certo e que é utilizado antes do transplante para preparação do organismo.
Antes da substituição da medula, o paciente recebe uma carga de quimioterapia, sendo o bussulfano a droga mais utilizada que serve para destruir as células doentes e abrir espaço para as saudáveis. A descontinuação da distribuição do medicamento impacta nesses tratamentos, que envolvem doenças como leucemias, linfomas, mielomas e outros diagnósticos que têm o TMO como condições de cura.
O Transplante é um procedimento em que ocorre a troca da medula óssea doente por uma saudável, que pode ser do próprio paciente, de parentes ou não parentes que são totalmente compatíveis ou de pessoas que possuem compatibilidade reduzida, a partir de 50%.
Como referência no TMO, a equipe do IBCC Oncologia alerta que a situação é crítica e toda a sociedade deve estar inteirada das consequências desse desabastecimento e de todos os outros. O Bussulfano é uma droga muito importante no TMO, pois além de destruir as células doentes existentes nas doenças do tipo Leucemia e Linfoma, tem a capacidade de criar os espaços na medula óssea onde as novas células implantadas irão crescer.
No Brasil ainda não tem substitutos para esta droga apesar de haver novas, tais como o Treosulfan, mas infelizmente o processo para estas novas drogas entrarem e serem comercializadas ainda demora.
A falta de quimioterápicos, principalmente daqueles que são mais baratos é algo que vivenciamos no Brasil, há anos é presente a falta temporária ou definitiva de alguns deles, tais como: carmustina, lomustina, bleomicina, melfalano, hidroxiureia, entre outros. Porém, ao se falar do bussulfano no contexto do TMO, é falar de uma droga insubstituível. Precisamos mobilizar entidades médicas, de classe e conselhos ligados a esse tratamento a partir desse anúncio da Pierre Fabre do Brasil LTDA, que é a única que comercializa esse produto no país de descontinuação da distribuição deste medicamento no país.
Consideramos de extrema importância que a ANVISA ou outros órgãos competentes que realizam os controles para a entrada de medicamentos no país, tenham algum meio de assegurar que tais medicações não sejam retiradas do mercado. Criando então alternativas para que se possa seguir com o tratamento oncológico dos pacientes, que já tem desafios suficientes a serem enfrentados.
Dra. Maria Cristina Macedo (médica hematologista e especialista em TMO do IBCC Oncologia).
Dr. Roberto Luiz da Silva (médico coordenador da Unidade de TMO do IBCC Oncologia)