No Painel “Prioridades do cuidado oncológico: a visão do paciente”, moderado por Valéria Baraccat ontem, 22, durante o 7º TJCC – Todos Juntos Contra o Câncer, Amanda Vieira, engenheira, atriz em formação e paciente de Linfoma de Hodgkin do IBCC Oncologia, destacou a importância de o paciente participar das decisões do tratamento, buscar enxergar o lado positivo dos fatos.
“Sempre fazia tudo o que o médico pedia, busquei conhecimento sobre a doença, confiando no médico e tomando minhas decisões por conhecer meus limites. O médico nos mantém protegidos, mas nosso psicológico também influencia porque isso afeta nossa vida para saber quando vamos seguir o que o médico fala e quando buscar uma segunda opinião, com a certeza de que você sabe decidir o que é melhor para você”. Há 1 ano e 8 meses em remissão do Linfoma, Amanda reiterou que buscava conhecimento sobre a doença nas associações de apoio que precisam ser confiáveis, além dos médicos e nas conversas com outros pacientes que vivenciaram o diagnóstico.
Outro paciente participante do painel foi Thiago Brasileiro, engenheiro diagnosticado com Leucemia Mieloide Crônica (LMC) em 2017, reforça a importância de esquecer o dr google, uma vez que nem todas as fontes de informações são confiáveis. “Temos que começar a luta pela estabilidade e cura. Cada organismo e doença são únicos, então temos que fazer o melhor tratamento possível sendo amigo do médico e trazendo a responsabilidade do tratamento para si para sabermos onde recorrer e a quem. Procurei sempre ver e ouvir histórias de outras pessoas que superaram a doença e como posso sair do tratamento convencional”, disse.
O painel abordou temas fundamentais para os pacientes, como o empoderamento do paciente, tratamento personalizado e desafios na vida profissional após o diagnóstico. Um deles está relacionado à colocação no mercado de trabalho.
“Quando você tem o diagnostico a empresa te abraça. Para ela é legal te acolher. Mas quando você não está numa empresa e tenta uma vaga, é difícil, minhas experiências não foram positivas. Não é questão de se sentir coitadinho, mas o mundo te recrimina”, disse Glauco Lima, engenheiro diagnosticado em 2015 de Linfoma em remissão há 6 meses.
Itaciara Monteiro, acadêmica de enfermagem e paciente de Leucemia Mieloide Crônica (LMC) há 20 anos reiterou que “ver ativistas me dá prazer, assim como escutar o que os pacientes disseram aqui no TJCC. Quando iniciei o tratamento tinha muitas dificuldades de ser acolhida por uma instituição e hoje a Abrale acaba sendo uma ajuda personalizada ao paciente. Temos acesso à opinião médica e a informações”, conclui.