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Sarampo: o que precisamos saber?

2 de agosto

O infectologista do IBCC Oncologia, Dr Marco Antônio Cyrillo esclareceu dúvidas sobre a doença e vacinas

O sarampo é uma doença viral, aguda, febril, sistêmica, altamente transmissível, causada pelo vírus do sarampo, do gênero Morbillivirus. Ocorre no mundo todo e acomete indivíduos suscetíveis de qualquer idade, podendo evoluir com complicações como pneumonia, otite média aguda, diarréia, encefalite e óbito, principalmente em crianças menores de um ano de idade. Adultos também podem apresentar complicações graves. O período de transmissibilidade do vírus se estende desde 6 dias antes até 4 dias depois do início do exantema (pode ser maior em imunocomprometidos). A transmissão do sarampo ocorre pelo contato direto com as secreções nasais e orais eliminadas pelas pessoas infectadas ou por dispersão de partículas virais no ar (aerossóis), que são inaladas.O sarampo vem ocorrendo em todos os continentes, e segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil está entre os 10 países com maior número de casos confirmados no período de 2018 a abril 2019, sendo 10.326 casos confirmados, com 12 óbitos.

A principal medida para a prevenção do sarampo é a vacinação das pessoas suscetíveis, antes da exposição ao vírus.

Para quem a vacina é indicada?

A vacina sarampo, caxumba e rubéola é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) conforme calendário vacinal do Programa Nacional de Imunização. É destinada a crianças com 12 meses (tríplice viral) e 15 meses (tetra viral), devendo ser dado reforço aos 11 anos e 20 a 49 anos.

Porém, diante do surto de sarampo na cidade de São Paulo, a recomendação do Ministério da Saúde e ANVISA é para que pessoas com 15 a 29 anos recebam as duas doses da vacina. De 30 anos em diante tomar 1 reforço e acima de 60 anos não é necessário tomar a vacina, independente do seu estado vacinal. Caso esteja em um local e tenha surto de sarampo, todos, independentemente da idade, receberá duas doses da vacina.

Quem já tomou pode tomar de novo? Existe um certo período?

Se a carteira de vacinação está atualizada, não há necessidade. Quando tomamos a vacina ela cria anticorpos e com o tempo eles vão diminuindo a quantidade e qualidade, sendo necessário um reforço, que é um estímulo para o seu organismo produzir novamente os anticorpos. Caso já tenha tomado, se tomar novamente não há nenhum risco. O vírus vacinal (vacina de sarampo) não é transmissível. O intervalo entre as duas doses deve ser de 30 dias.

Quem não pode tomar a vacina?

Por se tratar de uma vacina de vírus vivo atenuado não é recomendada para: grávidas, pessoas com diabete descompensado, com HIV, câncer, leucemia, linfoma, quem faz uso de corticoide ou imunossupressor. Em caso de dúvidas, consulte seu médico.  

Como identificar o sarampo e o que fazer caso de suspeita?

Após ter contato com alguém com sarampo, a manifestação da doença demora aproximadamente uma semana e os sintomas geralmente são: febre, nariz escorrendo, tosse seca (como se fosse uma gripe) e logo depois aparecem as manchas no corpo, que começa na cabeça, passa para o tronco e se espalha pelo corpo, permanecendo os sintomas de 4 a 6 dias. É preciso procurar imediatamente um médico ao sinal de um desses sintomas.

A vacina tem efeitos colaterais?

Não há efeitos colaterais. É uma vacina segura.

Qual o grupo com maior risco para desenvolver o sarampo?

Grávidas, crianças e idosos.

Fonte: COVISA, julho – 2019

 

Dr Marco Antônio Cyrillo

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