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Circulam na internet boatos de que o uso de máscara de proteção facial durante uma corrida, por exemplo, pode trazer efeitos negativos para a saúde. Entretanto, a fisioterapeuta e coordenadora da equipe multiprofissional, do IBCC Oncologia, Lais de Sá Fonseca, destaca que a informação não é verdadeira.
“A utilização de máscara é altamente indicada durante a prática de atividades físicas, principalmente, por conta da situação de pandemia em que estamos vivendo, pois traz mais segurança, quando aliada ao distanciamento”, observa Lais.
A fisioterapeuta esclarece que é necessário um período de adaptação para o uso da máscara e que o ritmo inicial deve ser mais lento. Isso em razão de a máscara acabar sendo uma barreira ao fluxo de ar que vai para os pulmões. “Com menos ar nas vias aéreas, menor será a oxigenação disponível para a circulação sanguínea, para a atividade muscular e para a conversão de glicose em energia, o que torna a atividade mais difícil. Os músculos respiratórios necessitam exercer mais esforço para obter o mesmo volume de ar que seria habitual em exercícios sem máscara, ou seja, é necessário respirar mais para garantir a mesma quantidade de ar inspirada”, destaca a especialista.
Uma das maneiras de reduzir o efeito da resistência das máscaras é manter a respiração nasal durante a atividade. “O ato de exalar pelo nariz produz menos gotículas que se fosse feito pela boca. Além disso, o tecido fica menos úmido, pode haver o benefício da filtragem do ar quando ele passa pelas narinas e isso traz mais proteção contra a inalação de vírus.
Lais lembra, no entanto, que “realizar respiração nasal durante atividade física e com o uso de máscara é desafiador, e é uma prática que precisa ser adotada gradualmente como um treino, pois as narinas são pequenos orifícios que não captam grandes volumes de ar, não sendo possível tolerar exercícios de grande intensidade, em que a respiração pela boca é inevitável”, ressalta.
Ela reconhece ainda que a máscara traz certo desconforto para respirar, especialmente, durante a realização de atividades físicas. “O utensílio fica úmido à medida que mais o utilizamos. Isso faz com que a pessoa precise aumentar a resistência para a passagem do ar”, observa a especialista. Além disso, “algumas máscaras faciais são feitas com panos ou tramas muito espessos o que podem demandar ainda mais da respiração da pessoa e com isso diminuir o desempenho durante o exercício”, destaca Lais.
É importante manter a rotina da prática de exercícios toleráveis, factíveis e mentalmente controláveis e obedecer às regras de distanciamento social. Os benefícios do exercício serão mantidos, mesmo com as dificuldades que a máscara possa trazer. A especialista do Hospital lembra que a utilização de máscara tem sido eficaz na disseminação de gotículas que transmitem infecções respiratórias, como o coronavírus.
Hoje existem máscaras apropriadas para treinos e atividades físicas, como as praticadas em altas altitudes, mas ainda não há estudos científicos que indiquem e comprovem a eficácia das máscaras feitas de tecido para a prática esportiva.