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O Sistema Nervoso Central (SNC) é de grande importância para o organismo, sendo responsável por toda a cognição, como fala, memória e escrita e por receber todos os comandos de sensação, paladar, olfato, tato e visão. Ele é formado por dois órgãos principais: o encéfalo (que fica no crânio) e a medula espinhal (protegida pela coluna vertebral), que são órgãos protegidos por estruturas ósseas.
Por ser um sistema nobre e complexo, existe uma barreira que impede que bactérias, vírus, substâncias toxicas e células neoplásicas passem do sangue para o Sistema Nervoso Central, é a chamada barreira hematoencefálica. “Muitas vezes a célula da leucemia ultrapassa esta barreira, chegando no sistema nervoso e se multiplicando, dando origem a infiltração da leucemia no sistema nervoso central”, explica a Dra. Flavia Tobaldini Russo, médica Hematologista do IBCC Oncologia.
Os sintomas dessa infiltração são dor de cabeça, alterações visuais, déficit motor e crises convulsivas. Existem alguns casos de pacientes assintomáticos, porém são casos raros, segunda a hematologista. Para o diagnostico são realizados exames de imagens como tomografia, ressonância de crânio, porém, o exame que confirma a infiltração do SNC pela Leucemia é o líquor.
“Nas leucemias crônicas é raro existir a infiltração, menos de 1% a incidência na leucemia linfoide crônica e em poucos casos de crise blástica na Leucemia Mielóide Crônica. Nas leucemias agudas, por ter excesso de blastos (células jovens), a infiltração se torna mais frequente, principalmente na leucemia linfoide aguda, com dados de percentuais entre 5 e 10% de acometimento do SNC dos pacientes adultos e na leucemia mieloide aguda com incidência em torno de 1 a 3% ao diagnóstico”, complementa a dra. Flávia Tobaldini.
O tratamento indicado torna-se uma associação da quimioterapia sistêmica e a quimioterapia intratecal, que é administrada diretamente no sistema nervoso central através de punção lombar e atua destruindo as células leucêmicas instaladas neste sistema. A radioterapia para tratamento da infiltração do SNC por leucemia é menos comumente utilizado.
“Mesmo que o paciente não apresente infiltração da leucemia no sistema nervoso central ao diagnóstico, em alguns tipos de leucemia, como a linfoide aguda, o indicado é fazer a quimioterapia intratecal como medida profilática, ou seja, preventiva, para evitar que a infiltração aconteça”, conclui a hematologista.