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Entenda as diferenças entre os cinco tipos de hepatites virais

25 de julho

Especialista da Rede de Hospitais São Camilo de SP explica formas de prevenção e tratamentos 

 
As hepatites virais são doenças causadas por vírus, que podem atingir diretamente o fígado, ocasionando inflamações de diferentes níveis. Existem cinco diferentes vírus que mais comumente causam as enfermidades, conhecidos como Hepatite A, B, C, D e E.  
 
De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, foram notificados quase 700 mil casos de hepatites virais no Brasil entre os anos de 1999 e 2020. Deste Total, 24,4% são referentes à hepatite A, 36,9% à hepatite B, 38,1% aos casos de hepatite C e 0,6% aos de hepatite D. O vírus tipo E é o menos comum no país.  
 
Todas as hepatites compartilham algumas semelhanças, mas é importante ter em mente que são doenças diferentes. “De forma geral, todas vão ter um quadro clínico agudo e um quadro clínico crônico, ou seja, um quadro inicial que depois se desenvolve para uma doença de longo prazo”, afirma Leonardo Mota, hepatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.  
 
A hepatite A é a única que se caracteriza apenas pela fase aguda. Nela, sintomas como náuseas, mal-estar, dor de barriga, vômito, diarreia e pele amarelada são comuns e melhoram espontaneamente. 
 
“As hepatites B, C e D podem evoluir para uma fase crônica, em que não há muitos sintomas, mas existe a presença de lesões progressivas no fígado, que ocorrem de forma silenciosa e que podem levar à cirrose. Esse é o maior risco destas hepatites a longo prazo”, complementa o médico.  
 
Os diferentes tipos de hepatites  
 
Apesar de algumas semelhanças, as variedades de vírus costumam confundir:   
 
– Hepatite A: Considerada a mais frequente, é uma infecção causada pelo vírus A da hepatite (HAV), acometendo principalmente crianças. As formas mais comuns de contrair a doença são a partir do consumo de alimentos contaminados e sua transmissão é via fecal-oral.  
 
– Hepatite B e C:  É provocada pelos vírus tipo B ou HBV e pelo vírus tipo C ou HCV. O contágio de ambas ocorre através do contato com sangue de alguém contaminado ou por relações sexuais desprotegidas. São doenças silenciosas, com uma fase crônica que evolui por muitos anos. Por isso, em casos graves, podem levar à cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado.  
 
– Hepatite D: É causada pelo vírus D ou HDV. Esse tipo de hepatite só ocorre a partir da presença do vírus B no corpo. Com a presença das duas hepatites, pode-se considerar o seu quadro mais grave, podendo resultar rapidamente em cirrose.  
 
– Hepatite E: É gerada pelo vírus E ou HEV e sua transmissão é via fecal-oral.  
 
Prevenção 

Além de certificar-se sobre a realização das vacinas destinadas para cada tipo de vírus, é necessário manter-se atento a algumas ações do dia a dia à prevenção de hepatites, como:  

– Hepatite A e E: Recomenda-se higienizar e cozinhar bem os alimentos, lavar sempre as mãos, manter-se distante de lugares com água contaminada e hidratar-se apenas com água potável.  

– Hepatite B, C e D: Nestes casos, não compartilhar objetos pessoais e íntimos, usar preservativo durante as relações sexuais, evitar o uso de drogas injetáveis e utilizar o seu próprio alicate de unhas são algumas formas de evitar as infecções.  
 
Teste 

Para o diagnóstico, é comum a realização de testes rápidos para a obtenção de resultados, mas, segundo o hepatologista, só essa testagem não é suficiente.   
 
“Só o teste rápido não é o bastante, pois ele só traz a resposta imunológica. É necessário confirmar a infecção através do PCR, que é feito nas Hepatites B, C e D. Geralmente, é possível encontrar esses testes em regiões que realizam campanhas contra hepatite ou em postos de saúde”, destaca.  
 
Formas de tratamento 
 
Dr. Leonardo esclarece que existem medicamentos e vacinas que podem ajudar no tratamento das diferentes hepatites.  
 
“Para a hepatite A, nós temos uma vacina efetiva. Essa hepatite é uma doença autolimitada, que cura espontaneamente na maioria dos casos. Para a Hepatite B, nós temos vacina e tratamento. Quanto à Hepatite C, a situação é um pouco complicada, não existe vacina, pois é um vírus muito mutante, mas temos o tratamento. Já para a Hepatite D, a vacina e o tratamento contra Hepatite B é eficaz”, explica.  
 
O médico também indica o acompanhamento com uma equipe multiprofissional da área da saúde, para um tratamento completo. 

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