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1 – Como definir Cuidados Paliativos?
São os cuidados prestados para todos os pacientes e familiares que possuem uma doença que traz sofrimento e ameace sua vida. São cuidados multiprofissionais, que buscam tratar e prevenir da melhor forma possível os sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais dos pacientes e seus familiares.
2 – Por que os Cuidados Paliativos são importantes para o paciente e familiares?
No processo de adoecimento e de progressão desfavorável da doença, tanto o paciente quanto seus familiares passam por mudanças e sofrimentos de ordem física, como dor por exemplo, emocional, social e espiritual. A abordagem paliativa, feita por qualquer profissional de saúde habilitado, busca acolher, manter escuta ativa e auxiliar não apenas a controlar os sintomas físicos, mas todos os outros sofrimentos envolvidos no processo.
3 – Cuidados Paliativos envolve condutas?
Cada paciente e família compreendem o processo de adoecimento ao seu modo, conforme seus valores e dinâmica social e emocional. Por isso, cuidado paliativo não é uma ciência com base em protocolos de condutas pré-determinados, e sim um cuidado individualizado, no qual ouvir e buscar compreender o que realmente traz sofrimento àquele núcleo é a base para as condutas a serem tomadas.
4 – Como acontece o acompanhamento do paciente em Cuidados Paliativos? É somente para casos avançados de doenças?
Pode ser feito em consultas com pacientes internados ou não, em fases mais precoces da doença ou em momentos mais avançados. É sempre importante ter profissionais de várias áreas para que o cuidados seja dado da forma mais completa possível.
5 – Como deve ser a atuação do médico e da equipe multidisciplinar?
O primeiro papel é entender que seremos apenas facilitadores nesse processo, a partir disso precisamos estar dispostos a ouvir a história do paciente, compreender seus valores e desejos e juntos planejar quais os cuidados serão mais importantes para cada um.
6 – Quais são os desafios desta especialidade?
Quando estamos diante de uma doença que nos coloca em risco de morte diversas questões podem surgir, nesse momento entramos em contato com a vida como um ciclo, nossa espiritualidade vem à tona e diversas questões emocionais podem surgir. Sintomas depressivos e ansiosos são comuns, além de insônia, dificuldade de ajustamento social, readaptação com funcionalidade física reduzida. Novamente cada paciente deve ser tratado de forma individualizada, a partir de uma avaliação clínica meticulosa.
Dra. Cecília Eugênio. Médica, cirurgiã, com título de Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, MBA em Gestão de Serviços de Saúde, Mestrado em Medicina pela Universidade de São Paulo e título de Medicina Paliativa pela Associação Médica Brasileira.