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Isolamento imposto pela Covid-19 agrava saúde ocular da população

8 de julho

Pandemia trouxe mudanças significativas no comportamento das pessoas em relação ao tempo de exposição às luzes dos aparelhos eletrônicos

Com o trabalho remoto e os estudos online impostos pela pandemia de Covid-19, a exposição excessiva às luzes geradas pelos aparelhos eletrônicos contribui para o surgimento e aumento da fadiga ocular.

Segundo Dra. Renata Rabelo Ferretti, oftalmologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a fadiga ocular pode ser notada pelo aumento das queixas de dores de cabeça, lacrimejamento excessivo, sensação de secura e visão embaçada, principalmente ao fim do dia.

Os sintomas podem estar relacionados à Síndrome do Olho Seco, doença que interfere no equilíbrio do filme lacrimal, provocando desconforto e distúrbios visuais, danificando a superfície ocular.

“Normalmente, a Síndrome do Olho Seco ocorre a partir dos 50 anos, em sua maioria na população feminina, mas, com a pandemia, tornou-se cada vez mais comum as pessoas desenvolverem os sintomas por conta do tempo excessivo que passam na frente dos aparelhos eletrônicos, sem piscar os olhos”, explica a especialista.

Anualmente, são diagnosticados mais de 2 milhões de casos da doença no Brasil, número que pode ter aumentado durante a pandemia. “A Covid-19 fez com que muitas pessoas não procurassem ou dessem continuidade no tratamento ocular, o que pode agravar ainda mais o quadro clínico”, reitera.

A doença não tem uma causa específica e pode ser gerada, além da fadiga ocular, por inúmeros fatores, como alergias, Síndrome de Sjögren, queimaduras oculares, deficiência de vitamina A, ar-condicionado e lentes de contato, que podem agravar os sintomas.

“Ficar muito tempo com as lentes podem causar desconfortos, ao ponto de os olhos ficarem irritados e vermelhos. É sempre importante que as pessoas as utilizem seguindo as orientações de horas de uso e descarte”, ressalta a Dra. Renata.

Prevenção

De acordo com a médica, para manter a saúde ocular e evitar o surgimento da doença, é importante seguir algumas recomendações:
•    Faça pausas a cada 2 horas para descansar a visão;
•    Trabalhe em locais iluminados;
•    Mantenha a distância de 50 a 70 cm da tela do computador, com o monitor na altura dos olhos e com a luz de acordo com sensibilidade ideal.
“São passos simples, mas que ajudam a evitar a fadiga ocular e, consequentemente, a síndrome”, complementa.

Tratamento

Não há cura definitiva para a Síndrome do Olho Seco, porém a doença pode ser controlada com a utilização de colírio, gel, pomada e medicamentos via oral.

“O colírio, gel e a pomada tem a função de lubrificar toda a superfície ocular mantendo o equilíbrio do filme lacrimal que está danificada por conta da doença. No entanto, em casos moderados ou graves, ele pode não ser suficiente, fazendo-se necessário utilizar-se de tratamento com lazer e plasma ou anti-inflamatórios e antibióticos por via oral para controlá-la”, explica a oftalmologista.

Para identificar o tratamento mais indicado, a médica recomenda procurar um especialista.

Diretora Médica: Dra. Lilian Arruda - CRM 147953    |    © Copyright 2023 | IBCC Oncologia